quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Entregando o pré-sal


O senado brasileiro votou ontem à noite a favor do regime de urgência para a discussão e votação do fim da exclusividade de exploração do pré-sal pela Petrobras. O resultado foi apertado: 33 votaram pela urgência e 31 votaram contra. Isso significa que o projeto do senador José Serra (PSDB), que pretende entregar o pré-sal para as garras das gigantes transnacionais irá mesmo à votação, e em regime de urgência. Ou seja, não poderá haver qualquer adiamento. A decisão será tomada.

Os senadores catarinenses Dalírio Beber (PSDB) e Paulo Bauer (PSDB) votaram pelo regime de urgência, aliados com Serra.  Dário Berger (PMDB) votou contra o regime de urgência.

A considerar o resultado dessa votação, é praticamente seguro que a maioria vote favoravelmente ao senador do PSDB. É certo que a Petrobras já tem vários setores privatizados, mas ainda é uma estatal cuidando de um setor estratégico (energia). Passando a proposta de Serra, o Brasil e os brasileiros perdem e perdem feio, inclusive soberania.

O argumento do senador José Serra para entregar o pré-sal é de que a estatal brasileira (Petrobras) não têm os recursos  para tocar a exploração do petróleo no ritmo acelerado que ele considera deveria ser. Assim, propõe que se retire a exigência de que a Petrobras tenha participação assegurada na exploração de cada uma das áreas do pré-sal. Arregaça as portas para os estrangeiros.

Na verdade, a proposta de Serra está alicerçada no desejo das multinacionais do Petróleo que querem abocanhar as reservas a baixo custo. Assim, ele capitaneia mais um vergonhoso momento de entrega do patrimônio brasileiro promovido pelo PSDB, como foi a entrega da Vale do Rio Doce,  no governo de FHC. A intenção que se esconde por trás de mais essa vilania é a destruição da estatal do petróleo, além de entregar aos estrangeiros reservas que são estratégicas para o país. Uma vergonha.

Enquanto isso, os brasileiros estão completamente alheios ao que se passa dentro do Congresso, visto que os meios de comunicação sequer mencionam o que pode acontecer caso a exclusividade da Petrobras seja retirada. 


Apenas uma grande mobilização nacional poderia mudar o quadro da votação. Haverá? 

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