sábado, 10 de novembro de 2012

Florianópolis em luta pelos irmãos Guarani





Florianópolis realizou uma manifestação em apoio à luta dos Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul, juntando-se às atividades que aconteceram em vários pontos do país nesse 09 de novembro. Reunidas em frente à catedral, mais de 200 pessoas distribuiram panfletos e dialogaram com a população sobre o drama do povo indígena. O Guarani-Mbya que vivem próximo à Florianópolis também vieram em apoio aos irmãos do Mato Grosso. Vieram ainda os Kaigangs, de Ibirama e até um irmão da etnia Mapuche.
Houve uma caminhada pelo centro da cidade que encerrou no terminal urbano, onde os manifestantes se deitaram no chão enquanto uma faixa vermelha percorria todos os corpos. Cantorias e palavras de ordem exigiam do governo federal a democarcação das terras indígenas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Na casa de Olímpia




Ali estava eu na velha Vacaria, cidade gaúcha famosa pelos seus campos e rebanhos de gado. Tinha ido entrevistar uma freira que conseguira fazer um desses trabalhos que marcam uma vida inteira. Ela dirigiu por longos anos a Pastoral da Mulher Marginalizada em Lages, Santa Catarina. Seu trabalho era percorrer a zona do “baixo meretrício”, conversando com as mulheres, acolhendo suas dores e informando sobre a prevenção da terrível doença que começara a ceifar vidas: a Aids. Irmã Olímpia. Nos anos 80 e 90 ela semeou por todo o Brasil a ideia de que as mulheres marginalizadas pela prostituição também tinham direito à vida e à dignidade.  Trabalho de titã. "Heroína", no dizer de Tereza Kleba.

Pois no final de outubro ela me recebeu. Vive em uma casa ampla, com mais uma irmã de sua congregação: Isabel. Naquele final de semana a casa também acolhia outras duas freiras: uma, doente e precisando de cuidados, ali encontrava abrigo e amizade. E a outra, companheira, solidária, que viera para acompanhar a amiga doente ao médico na semana seguinte. Foi um final de semana de profundo encontro humano.

Na tarde sábado, depois de longas horas de entrevista, elas me convidaram para ir à missa, numa capela junto a um lar de freiras idosas. Momento surpreendente. Sempre tivera certa pena das pessoas que se dedicam à vida religiosa, muitas vezes abandonando a família, e imaginava que o final da vida devesse ser solitário e triste. Mas, o que vi, me encheu de profunda emoção. Já havia experimentado outra visão dos fatos na casa de Olímpia. As quatro amigas se conheciam de muitos anos, desde os tempos de noviciado. Eram como irmãs, com direito a brigas, caras emburradas e todas essas coisas que se passa em família. E foi incrível ver o cuidado que tinham com a companheira doente. Talvez um parente não tratasse tão bem.

Depois, no lar de idosas, o clima era de pura comunhão. As mais novas amparavam com cuidado as mais velhas, conversas carinhosas, sorrisos, delicadezas. Elas tinham umas às outras, com todos os problemas que a convivência pode ter. Mas havia amor ali, era explícito. Lembrei-me das poucas "compas" que tenho e pensei que um dia haveremos de ser assim também: velhinhas e amigas, cuidando uma da outra, apesar de nossos gênios ruins. Ali estava uma família, construída por anos a fio, que ultrapassava a coisa do sangue. Amizade, compromisso com o outro.

À noite, depois de um lauto café regado a dezenas de “chimias” produzidas pelas mãos fazendeiras de Isabel, sentamos para conversar sobre coisas da igreja, da vida, da fé. Uma charla gostosa, sem pressa, sem televisão, sem facebook. Só o encontro real, vivo, cheio de risadas e estupefações.

No dia seguinte fui embora com uma sensação de plenitude. Ali estavam mulheres que se doaram pela fé. Que construíram mundos, viajaram, vivenciaram outras culturas, ampararam desconhecidos, enfrentaram horrores, medo, doença, inveja. E, apesar de tudo, estavam ali, de pé, reinventando a vida no outono da existência. Num átimo descobri: estavam de pé porque se amparavam umas nas outras. Compromisso de amor. O amor que extrapola o sentimentalismo burguês, o amor que se compromete.

Então, quando o ônibus saiu da rodoviária e foi subindo a serra, eu suspirei um suspiro de alegria. Nesses tempos áridos, aquelas quatro mulheres me proporcionaram uma linda lição.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Denise de Castro

A cantora, compositora e instrumentista Denise de Castro apresenta novo show nesse dia 12 de novembro de 2103, segunda-feira, no projeto Panorama Sesc de Música. Local: Sesc da Prainha. Horários: meio-dia e 19h. O evento é gratuito. Boa pedida para ouvir essa extraordinária artista da nossa terra. Conheça um pouco de seus pensares...