quinta-feira, 31 de maio de 2012

O povo da Núbia






Estando no Egito, conhecer o povo núbio era uma exigência ontológica. Desde pequena as imagens dos escravos negros guardando as divindades egípcias me enchiam de estupor e curiosidade. Eram sempre mais dignos e belos que os próprios faraós que guardavam. E as mulheres, de pele retinta, destacavam-se como deusas, cortejadas e desejadas pelos filhos de Amon-Rá. Os núbios, mais do que escravos, eram um povo que tinha cultura e língua próprias e além de entregarem seus corpos, também eram sangrados das riquezas de sua terra, como o ouro e o marfim. Mais tarde, já adulta, fui saber que também houve um tempo em que governaram o Egito, não mais escravos, mas faraós, deixando sua marca indelével na cultura daquele esplendoroso país. Assim, quando o pequeno barco que navegava pelo Nilo aportou em Assuã eu me preparei para um encontro desde há muito esperado. Não foi em vão.

Um pouco de história

Cinco mil anos antes da nossa era, quando nas terras de Abya Yala (América Latina) começaram a vicejar povos como os tiahuanaco, collas, mayas e mexicas, no vale do rio Nilo, norte da África, já se organizava – com centenas de anos de história - o povo núbio. Há relatos que contam que essa pode ser a mais antiga civilização negra da África, com origens pré-históricas. Durante o domínio do Egito faraônico a Núbia era a região que separava o Egito da África subsaariana. Seu território era pródigo em riquezas como ouro, pedras preciosas e diorito, e se estendia desde a primeira catarata do Nilo até Khartum (hoje no Sudão). Abrigava, então, o generoso e fértil vale do Nilo assim como o deserto até o Mar Vermelho pelo leste, e até a Líbia pelo oeste.

Durante milênios esta região foi muito importante porque configurava um espaço de encontro entre o mundo Egípcio, que principiava a crescer como um poder regional, e os demais povos da África. Em 3.100 a.C, a Núbia foi conquistada pelo Egito que ora incorporava a nação a seu império, ora concedia que vivesse como um reino independente. Mas, o certo é que por muitas dinastias os faraós utilizaram os núbios como escravos e são eles os que se podem ver nas gravuras do Egito antigo a guardar os palácios e as tumbas.

No ano 2.000 a.C, a Núbia se fortaleceu e formou um reinado forte e coeso sob a dinastia Kush. Criou cidades importantes e sua capital Kerma era um fervilhante centro comercial, onde se negociava o ouro, peles de animais e marfim. O crescimento econômico da nação núbia outra vez acendeu a cobiça e o Egito voltou a dominar. Ainda assim, por volta de 1.700 a.C. a aristocracia núbia seguia com poderes e mandava seus filhos para estudar no Egito, sendo alguns deles funcionários importantes junto aos faraós. No ano 900 a.C, os núbios se independentizam outra vez e fundam outra capital, Nepata, mais ao sul da antiga Kerma. Era próprio da sua cultura fazer túmulos em forma de pirâmides, assim como manter uma escrita própria. Ainda hoje é possível ver essas belezas nas pirâmides de El Kurru, Nuri e Meró, na região do Sudão.

No ano de 730 a.C., o rei Piye, decidiu que era hora de os núbios assumirem o comando do Egito e recuperar os tempos gloriosos de Ramsés e Tutmés, uma vez que o país estava sendo governado por chefes medíocres, e perdido de sua espiritualidade. Assim, Piye partiu do sul com seus exércitos, navegando pelo Nilo até a cidade de Tebas, capital do Alto Egito. Foram muitas batalhas até que veio a vitória e Piye tornou-se o primeiro faraó negro, sob o nome de Tutmés III. Ele inaugurou a XXV dinastia, na qual governaram vários faraós núbios. Os faraós negros unificaram o Egito, fortaleceram o império, e resistiram por anos aos assírios. Foram os núbios que, inclusive, pararam a marcha dos assírios sobre a Judéia, garantindo aos judeus a recuperação da cidade de Jerusalém.

Sob o domínio Núbio, o Egito teve uma nova fase de florescimento e após a morte de Piye em 715 a.C, seu irmão Shabaka consolidou a XXV dinastia estabelecendo a capital egípcia de Menfis. Ele ficou conhecido por sua generosidade e em vez de executar os inimigos, fez com que eles atuassem na construção de diques para proteger as aldeias das inundações do Nilo. Sob o nome de Pepi II, ShabaKa reformou os templos de Luxor e Karnak, acrescentando sua própria estátua.

Outro rei núbio que se tornou figura de vital importância ao Egito foi o filho de Piye, Taharqa, que governou 26 anos. Após a vitória diante dos assírios ele semeou o Egito com maravilhas arquitetônicas ao logo de todo o rio Nilo, num arrojado programa de obras civis que rivalizou em beleza com os antigos faraós. Taharqa repaginou os velhos templos, mas jamais promoveu qualquer destruição, ao contrário de seus inimigos que, depois de sua morte, destroçaram os narizes de suas estátuas, fato que o impediria de retornar da terra dos mortos.

No ano de 671 a. C Taharqa enfrentou outra vez os assírios e perdeu a batalha, recuando até Menfis enquanto Esarhaddon se apropriava de parte do Egito, massacrando os moradores e erguendo montes com suas cabeças. Mais tarde, diante de novos ataques, abandonou Menfis e voltou para Napata, na Núbia. Foi o fim da dinastia dos núbios.

A Núbia hoje

Estando no Egito, conhecer o povo núbio era uma exigência ontológica. Desde pequena as imagens dos escravos negros guardando as divindades egípcias me enchiam de estupor e curiosidade. Eram sempre mais dignos e belos que os próprios faraós que guardavam. E as mulheres, de pele retinta, destacavam-se como deusas, cortejadas e desejadas pelos filhos de Amon-Rá. Os núbios, mais do que escravos, eram um povo que tinha cultura e língua próprias e além de entregarem seus corpos, também eram sangrados das riquezas de sua terra, como o ouro e o marfim. Mais tarde, já adulta, fui saber que também houve um tempo em que governaram o Egito, não mais escravos, mas faraós, deixando sua marca indelével na cultura daquele esplendoroso país. Assim, quando o pequeno barco que navegava pelo Nilo aportou em Assuã eu me preparei para um encontro desde há muito esperado. Não foi em vão.

A região núbia já se difere do restante do Egito pela cor. Não só do povo, que tem a pele negra, mas da cidade em si. Tudo vibra. As casas, as pessoas, as coisas. O artesanato é muito telúrico, com desenhos que imitam peles de bichos como os jacarés e as cobras. Pode-se perceber que os animais tem um valor inestimável. Eles estão em tudo, nas imagens pintadas nas casas, empalhados nas salas, ou mesmo vivos, circulando pelas residências como seres da família. O camelo é quase sagrado, indispensável para o transporte nas regiões de deserto. Já no rio, o que impera é a faluca, um tipo de barco à vela usado desde os tempos mais remotos, sempre navegando ao sabor do vento.

A cidade de Assuã, chamada de “a pérola do Nilo” é grande e cosmopolita. A paisagem é incomparável, bonita demais. Há uma classe média que vive bem e cuida da cidade, mas são as pequenas comunidades já na região do deserto, que mostram a cultura núbia na sua mais completa tradução. Para chegar até lá é preciso andar pelos menos uns 40 minutos no lombo dos camelos, aproveitando a paisagem exuberante e contraditória de rio e deserto, lado a lado. Pelo caminho, a toda hora passa um menino, voando, sobre o camelo que se faz veloz em suas mãos. No povoado, tudo é cor. As casas seguem um modelo bastante típico do povo núbio, arredondadas, com abóbodas e imensos pátios. Cada uma delas é pintada de uma cor diferente, vibrante. Não faltam os murais, espalhados por toda a aldeia. Neles, o retrato do cotidiano, gente trabalhando, sobre os camelos, plantando, cuidando dos animais, mulheres nos afazeres domésticos, paisagens. Uma lindeza.

Uma das práticas mais antigas é o tradicional chá. Nenhum visitante passa por uma comunidade núbia sem entrar e partilhar desse líquido saboroso. Na casa onde fomos recebidos, os cômodos eram grandes, coloridos e arejados, apesar de serem de chão batido. Na sala, muitos animais empalhados. “Eram companheiros muito amados”, diz a mulher. No meio do pátio, um poço com jacarés, animal também muito estimado por ali. Percebe-se uma harmonia entre gente, bicho e espaço geográfico.

O povo é pobre, vive do artesanato, dos passeios de camelo e de uma modesta agricultura de subsistência. Mas, o que impressiona é o cuidado com a cultura. Na escola da comunidade, os professores ensinam o núbio, língua originária, que é uma das formas mais seguras de manter o modo de ser. Também não são poucos os artistas que colorem as casas com as cenas do seu mundo, muito típicas.

A relação com o Egito segue sendo de integração, mas sempre com esse sentimento único de povo autônomo. Na política contemporânea, chegaram a amar muito um egípcio: Gamal Abdel Nasser, o qual inundou 500 quilômetros de suas terras para fazer o maior lago artificial do mundo: o lago Nasser. Desses 500 km, 350 pertencem ao Egito e 150 ao Sudão. Na época, com a promessa de conter as cheias sistemáticas do Nilo, Nasser conseguiu convencer centenas de famílias (10 mil pessoas) a sair de suas terras, garantindo novas casas, novas terras e também a realocação de 16 dos 17 templos que estavam nos espaços a serem alagados. Hoje, ao falar sobre aqueles dias, os núbios que trabalham com artesanato no embarque para a ilha onde está o templo de Filae seguem acreditando que fizeram certo em confiar no político de esquerda. “Ele foi melhor que tivemos”.

O lago nasceu da construção da Alta Represa, um gigante de quatro quilômetros de largura por 11 metros de altura. As pedras de puro granito que foram usadas para a obra poderiam erguer mais de 147 pirâmides. Com a represa, Nasser buscava proteger o Egito da seca e das inundações. Conforme os moradores locais, isso foi conseguido. “Agora podemos fazer três colheitas no ano, mesmo que o barro bom do Nilo não consiga mais passar”. Segundo o egiptólogo Abdel Aziz, como é da cultura núbia cultivar aquelas terras, muitas das famílias que foram embora estão voltando e o governo tem garantido tratores e terras, principalmente aos jovens.

Também são os jovens que dominam os barcos que fazem os passeios no lago e levam turistas para ver os templos. De certa forma, no Egito em geral, o turismo ainda não é dominado por poucas empresas. Há uma grande divisão de tarefas, todas cumpridas por pessoas físicas ou pequenos negócios. O que se nota é que cada um ganha seu quinhão no grande bolo turístico. No ancoradouro que leva a ilha do templo de Filae, são muitos os barcos e apesar da grande movimentação, os trabalhadores se organizam de tal forma que cada um deles sempre tem um freguês. Esse templo, dedicado à deusa Isis, é um dos que foram removidos do seu lugar original, pedra a pedra. Foi o último resgatado da água. Segundo conta Abdel Aziz, o trabalho de remoção dos 16 templos levou oito anos e ocupou a força criativa de representantes de 48 países. Por conta dessa ajuda internacional quatro dos templos foram levados para fora do Egito. Um está na Espanha, um em Nova Iorque, um na Alemanha e outro na Holanda. “o governo egípcio ofereceu como um presente”.

No início desse século a história desse povo ancestral sofreu mais um baque. O governo do Sudão, que tem apoio dos Estados Unidos (Sudão é um espaço estratégico para o império) construiu outra usina hidrelétrica no Nilo, cerca de mil quilômetros acima da barragem de Assuã, criando um lago de 170 quilômetros de comprimento. Esse lago inundou milhares de outros sítios arqueológicos ainda inexplorados, que contam da cultura núbia. Com isso, grande parte das belezas do apogeu do povo núbio seguirá soterrada. Pirâmides, grandes estátuas, enfim, a prova da grandeza de uma nação que aglutinou o comércio na região por séculos. Ainda assim, na grande curva do Nilo, ao sul, podem-se ver as ruinas da antiga capital, Nepata, que, no mundo antigo, foi tão vibrante e cosmopolita como é hoje Assuã.

O fato é que, apesar de ter parte do seu passado destruído ou escondido sob as águas, o povo núbio segue reverenciando sua cultura ancestral, mantendo um jeito peculiar de ser, vivenciando um equilíbrio natural com o ambiente. Deles, trouxe uma bonequinha de madeira, que representa a mulher local, a fertilidade, a fartura. Ela me observa, todas as manhãs, com seu olhar risonho. De mim, ficaram dois brincos de prata, ofertados à pequena anfitriã, Sara. Enternece meu coração saber que naquela margem do Nilo uma garotinha de pouco mais de 10 anos se enfeita no espelho das águas, cantando uma velha canção, com uma belezura que já me enfeitou. A ligação com a sorridente menina núbia é a concretude de um velho desejo, quando eu, debruçada sobre surrados livros de história, sonhava em encontrar seu povo de valentes e belos guerreiros. Encanta-me saber que eles estão lá, de pé, gigantes, tão lindos como nos tempos dos faraós. E livres, fazendo hoje, a nova revolução egípcia!

Que o segundo turno das eleições ponha no poder o que for melhor para o Egito.


A luta de classe é sempre pedagógica


A greve dos trabalhadores do transporte público foi uma linda lição de luta de classe, que durou três dias em Florianópolis. Nesses momentos de ruptura da ordem estabelecida é que se pode ver como todo esse pacto que os ditos liberais fazem de “colaboração e parceria” com os trabalhadores se traduz em nada. Basta que os trabalhadores exijam um direito, melhores salários e melhores condições laborais e o empresariado arreganha os dentes, acompanhado de toda a mídia comercial, mais os poderes da república. Tudo vira contra a luta dos trabalhadores. E eles ainda passam pelos grandes vilões.

Quem mora numa cidade grande, sabe. O trânsito mata. Não só por conta da violência dos acidentes, mas pelo caos diário que provoca estresse e selvageria. Nesse universo, um motorista de ônibus, que faz dezenas de viagens, iguais e repetitivas, está submetido a forte pressão. Não é à toa o pedido de redução de carga horária para seis horas. E a resposta dos empresários? “Isso é impossível, vamos ter de contratar mais gente!”. Mas, ora, e isso não é bom? Mais emprego, mais “colaboradores”? Pois ninguém fala sobre isso. A imprensa, feito papagaio, se limita a reproduzir à exaustão os argumentos pífios dos empresários.

Em todos os canais de televisão foram convidados os empresários do transporte, os lojistas, especialistas em economia e o festival de bobagens se espraiou. Reclamações indignadas dos comerciantes que estavam perdendo dinheiro. E a culpa, de quem? Dos trabalhadores. Declarações indignadas dos empresários do transporte sobre o prejuízo à cidade. E a culpa, de quem? Dos trabalhadores. Também a população era incitada a dar sua opinião, com os telefones abertos, para que reclamassem à vontade. E a culpa, de quem? Dos trabalhadores.

Uma reportagem da RBS mostrou um repórter, dentro de uma empresa de ônibus, no interior de um veículo que tentava furar o cerco que os grevistas faziam em frente ao portão. O espetáculo da defesa do direito daquele trabalhador específico que queria trabalhar, e não podia. Uma minoria entre os motoristas e cobradores, mas foi o que recebeu os holofotes. A maioria dos trabalhadores que enfrenta o trânsito maluco de uma cidade que prioriza o carro não teve sua história contada. As duas seriam boas histórias, as duas, e não apenas um lado da moeda.

Não teve repórter na casa de um motorista mostrando seu cotidiano, sua vida na periferia, seu acordar de madrugada, seu medo de assalto nos madrugadões, o sacrifício para criar os filhos. Não. A dor era a dos empresários que, desgraçadamente, estavam tendo prejuízos por conta do fato de que os trabalhadores estavam exigindo direitos.

Também os números eram manipulados na cara dura. “Os empresários estão dando aumento de 7%, o que querem mais?”, diziam os comentaristas, arvorados subitamente de defensores da ordem e das gentes. Mentira. A proposta era de recomposição salarial de quatro e pouco, mais dois de aumento real. Os mesmos comentaristas, inflamados diante da ousadia dos trabalhadores não eram capazes de falar que em Florianópolis são apenas cinco empresas que cobrem o serviço de transporte, que há um monopólio de linhas, que as gentes não têm opção, que nunca houve licitação para a contratação das empresas, que tem gente graúda da política com ações nessas empresas. Nenhuma confrontação de dados sobre os lucros das empresas, do que a prefeitura joga de dinheiro público no serviço privado. Nada. Hélio Costa foi o único que fez alguma pergunta incômoda ao representante dos empresários, mas acabou incorporando o discurso de que o caos era culpa dos trabalhadores.

O prefeito Dario Berger, como sempre, foi um fiasco, agindo como se a prefeitura não tivesse nada o que fazer diante da “violência” imposta pelos trabalhadores. Seu único arroubo foi dizer que mandaria punir os donos de vans que estariam cobrando a mais dos quatro reais autorizados pela prefeitura. E nenhum repórter ou comentarista para questionar essa omissão.

A procuradoria foi rápida em dar seu parecer, lançando uma nota digna de “nota”. Chegou a propor a demissão de 10% dos trabalhadores de cada empresa, como medida de punição aos trabalhadores em luta. E a nota era lida e relida, como se fosse a verdade verdadeira. Lembrei-me do dia em que entramos na Justiça com pedido de suspensão do show do Bem Harper, no Campeche, que estava sendo proposto em uma área de preservação permanente. Nenhuma palavra da “justiça”. Contra os ricos não há ação “punitiva”. Não há. É fácil ser valente diante daqueles que só têm os “seus corpos nus”, como diria o grande contador de histórias do povo, o repórter Marcos Faerman.

Mas essa gente aguerrida fez a sua luta. Mostrou que esse papo de conciliação entre capital e trabalho não existe. Não há como existir. Os trabalhadores estarão sempre em busca de melhoria no seu fazer cotidiano que, dentro do capitalismo, sempre será de exploração. É uma corda esticada no limite. E nesse cabo de guerra, os empresários nunca – eu disse nunca – serão bonzinhos. Cada pequeno avanço só vem com luta, luta forte, luta renhida. Assim, quando a luta de uma categoria se faz, o certo mesmo é haver a união de classe. Os trabalhadores todos, juntos, apoiando a luta daqueles que tiveram coragem de fazê-la.

Aí, agora, os papagaios dos poderosos já estão atuando ideologicamente. Os trabalhadores venceram essa queda de braço, arrancaram mais uma coisinha dos patrões. Isso não pode ficar impune. Então, o braço duro da vingança vem com força. Já começam a falar em aumento da tarifa. E aí, a culpa será de quem? Dos trabalhadores que lutaram. Falar-se-á em conluios, em tramoias entre o sindicato dos trabalhadores e os patrões. Dir-se-á que foi tudo armado, que era jogada. E mais uma vez os trabalhadores serão punidos, porque ousaram lutar e vencer.

Então, quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça. A greve é a expressão da luta de classe. A greve é a ruptura da ordem que impõe a exploração aos trabalhadores. A greve é um dos poucos recursos de força que os trabalhadores têm para negociar. Ela é necessária para que os direitos avancem. Se vier aumento, não é por causa da greve. É porque os empresários não querem diminuir em um centavo sequer os seus lucros. Então, eles, não satisfeitos em sugar os trabalhadores, ainda sugam o povo. Se vier aumento, a causa é a ganância pelo lucro, a omissão de uma prefeitura que não se importa com os cidadãos.

E se ele, o aumento, de fato vier? Então, será hora de a população aprender com os motoristas e cobradores. Lutar e vencer!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Florianópolis: uma cidade a se ganhar


As eleições municipais já estão chegando e, com elas, se acirra a disputa pelo voto e confiança do eleitor. A cada quatro anos, vê-se a mesma coisa. Belos discursos, muitas promessas, mas, ao final, o que fica é um gosto amargo de engano e abandono. Só que como os políticos apostam no esquecimento do eleitor, boa parte deles retorna com a mesma retórica, esperando enrolar outra vez o morador da cidade que vive cotidianamente tentando sobreviver ao arrocho que lhe é imposto pela classe dominante. Por conta disso, é sempre bom ter bem claro quais são as forças que estão em disputa e o que cada candidatura representa. Com isso bem vivo na memória, ninguém poderá dizer que foi enganado.

Veja o que está em disputa, quem são os candidatos e quais as propostas